Ciganos? Conheço-os bem.
Vivi com eles e nunca ouvi um sequer lamento sobre o não ter uma casa, um carro ou outro qualquer bem.
O Pirata, o Marcial, o Mudo, o Carlos, a Chocalha, A Rita (linda) e muitos outros.
Os únicos momentos em que (se na altura existisse) seria necessário chamar os GOE, era quando o Pirata chegava bêbado a casa (barraca) e dava grandes tareias na Mulher,que arranjando sempre uma justificação para defender a atitude do marido, pegava nos miúdos e ia passar a noite debaixo da janela da nossa cozinha .
Interrogo-me sobre se a forma como os tratámos, encaminhando-os para bairros sociais, foi a melhor.
Não há democracia política que resista a tão dramáticas diferenças sociais. O agravamento das desigualdades é um convite às soluções de força.
Não basta fazer condominios fechados e colocar os filhos em colégios caros.
Nunca vi um Cigano velho, num lar.
Tál como as tribos indigenas os velhos são respeitados e o que dizem é sagrado.
Interrogo-me sobre a nossa sociedade em que o conceito mais importante, que é a familia se perdeu.
Ciganos? Gosto deles.
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